Rio de Janeiro: Uma cidade de futuros leitores
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Cultivar o hábito de ler é uma tarefa significativa, principalmente para o desenvolvimento infantil. A leitura não deve ser imposta, a criança precisa encontrar razões pelas quais é importante estar em contato com os livros. Aproximar os pequenos do mundo letrado já é desafiador com as bibliotecas e salas de leituras, imagine sem elas. Para as crianças, a literatura alimenta o imaginário e incorpora essa experiência à brincadeira e ao desenho, ampliando o vocabulário e a expressão dos seus sentimentos.
Por volta dos 6 anos inicia-se o processo de alfabetização no Ensino Fundamental, pelo qual os alunos desenvolvem a habilidade de leitura e escrita de forma que consigam se expressar no meio onde vivem. Mas, o desenvolvimento de vocabulário e repertório na oralidade deve se iniciar muito antes disso. No Brasil, os números do Censo Escolar 2022, feito pelo Ministério da Educação, revelam que apenas 31,2% das escolas municipais de educação infantil possuem bibliotecas. Este número equivale aproximadamente a 35.400, de um total de 113.409.
A biblioteca escolar é uma força propulsora para o processo educacional e um instrumento de desenvolvimento da capacidade de pesquisa, de criatividade, de comunicação, de recreação e, até mesmo, das relações com a comunidade. Em uma biblioteca ou sala de leitura encontra-se a oportunidade de garantir o acesso aos materiais escritos, ampliando o repertório cultural, bem como estabelece o contato lúdico com a literatura escrita e as diversas produções orais que lutam contra as barreiras do analfabetismo.
Em escolas públicas, os livros trazem novos mundos e vivências para os pequenos leitores. É lá que, muitas vezes, acontece o primeiro contato da criança com os livros. Diferente do contexto histórico de alunos do ensino privado, já com um campo fértil e sem desigualdades de distribuição tanto de oportunidades quanto de acesso à literatura.
Um levantamento divulgado no início de 2023, pela ONG Todos pela Educação, revela que cerca de 41% das crianças brasileiras, entre 6 e 7 anos, não sabiam ler ou escrever em 2021. É como se, em uma sala de aula com 25 crianças, 10 delas não houvessem sido alfabetizadas. Em sua maior parte, crianças em situação de vulnerabilidade social pardas e pretas foram as maiores prejudicadas.
É neste cenário que a Parceiros da Educação Rio desenvolveu um projeto de arte-educação voltado para as escolas municipais por ela apoiadas: “Lá vem História” – Arte e Cultura nas Escolas”, aprovado na Lei Federal de Incentivo à Cultura e na Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS. O programa beneficia 6.523 alunos da educação infantil e ensino fundamental que estudam na rede pública do Rio com atividades socioculturais, literárias e educativas ao longo de 2023.
A proposta traz dramatizações, contadores de história, arte e música para dentro das escolas municipais parceiras de maneira dinâmica e interativa. Cada atividade do projeto aguça a curiosidade e desperta a originalidade e o vocabulário ao passo que concentra a atenção dos pequenos encantados com os contos populares, jogos de linguagem, tapetes tridimensionais, entre outros recursos.
São iniciativas pedagógicas como essa que ampliam a experiência e a relação da criança com a aprendizagem e sua imaginação. Quanto mais a criança viu, ouviu e vivenciou, mais ela reúne atributos para o seu desenvolvimento enquanto indivíduo ou na comunidade coletiva. Além disso, o projeto também cria novas referências para os educadores e docentes dentro da proposta de arte-educação que, ao fim do programa, estabelece um legado para a escola contemplada. Em vista disso, verifica-se a importância da união entre cultura e educação, dinamizando a leitura nas escolas com ações sócio-culturais ou de arte-educação que contribuem diretamente para a formação integral do aluno e sua alfabetização.
O “Lá vem História” – Arte e Cultura nas Escolas” conta com o patrocínio da Caixa Capitalização, Aliansce Sonae + br Malls, do BTG Pactual e da JGP, e é realizado pela Associação Parceiros da Educação RJ e o Ministério da Cultura.