Pesquisa Juventudes e a Pandemia - 3ª edição
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Lançamento da 3ª edição contou com Live, apresentação de diversos dados e participação de especialistas e jovens
Diante dos efeitos da pandemia no país, o que os jovens esperam dos governantes, às vésperas das eleições? Os candidatos que quiserem conquistar os votos dos jovens devem mostrar como pretendem investir em educação, combate à fome, fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e recuperação econômica.
Esse é um dos resultados apontados na pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”, que ouviu mais de 16 mil jovens de 15 a 29 anos de todo o país.
Esta é a terceira edição da série de pesquisas “Juventudes e a Pandemia”, realizadas também em 2020 e 2021. As três edições juntas somam mais de 118 mil respostas. Na edição de 2022, foram ouvidos 16.326 jovens de 15 a 29 anos, entre os dias 18 de julho a 21 de agosto de 2022.
Após o isolamento social e a vacinação contra Covid-19, o levantamento ouviu as juventudes para entender os impactos, os hábitos adquiridos e as prioridades para saúde, educação, trabalho e renda. E, diante do período eleitoral, também foram feitas perguntas sobre o fortalecimento dos processos democráticos.
Confira a Pesquisa "Juventudes e a Pandemia - E agora?"
Live de lançamento
A pesquisa foi lançada hoje, 27 de setembro, das 10h às 12h, em debate que reuniu jovens e especialistas das instituições parceiras, com transmissão ao vivo no YouTube do Canal Futura. A 3ª edição da pesquisa é coordenada pelo Atlas das Juventudes e realizada em parceria com Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Mapa Educação, Porvir, UNESCO e Visão Mundial, com apoio de Itaú Educação e Trabalho, GOYN-SP e UNICEF.
Com mediação de Leonne Gabriel, jornalista do Canal Futura, a live de lançamento da 3ª edição da Pesquisa "Juventudes e a Pandemia: E agora?" teve uma fala inicial de Marcus Barão, coordenador-geral do Atlas das Juventudes e presidente do Conselho Nacional da Juventude.
"O esforço coletivo organizado desde o início da pandemia foi o que nos permitiu enfrentar melhor os desafios impostos por ela, com planejamento e diálogo com os jovens. Assim que conseguiremos chegar aos tomadores de decisão para que, com base nos dados da pesquisa, em todas as suas três edições, possam pensar em políticas públicas alinhadas às reais demandas das juventudes", disse Barão.
Eixo 1: Vida pública
Organizados por eixos temáticos, os debates começaram tratando das questões relacionadas à vida pública das juventudes do país. Para Mariana Resegue, coordenadora estratégica do Atlas das Juventudes, os jovens precisam se ver representados nos espaços - especialmente, naqueles que, em tese, foram pensados para eles e elas: "Jovens não se enxergam nas políticas públicas - porque as políticas públicas não os envolve em sua criação. Pela primeira vez, as juventudes colocaram o tema 'educação' em evidência, como mostram os resultados da 3ª edição da pesquisa".
Mais um sinal de mudança no perfil do jovem brasileiro é seu maior envolvimento com as questões da sociedade - especialmente, com a política. Para Marisa Villi, diretora executiva da Rede Conhecimento,"os jovens estão mais atentos à política, mas não só aos partidos e candidatos". E complementa: "Agora, a veracidade dos fatos, as políticas públicas dedicadas às juventudes e o monitoramento das lideranças também estão no rol de objetos observados por elas e eles, como os dados das pesquisas mostram".
Nós, jovens, queremos os nossos direitos.
Marcus Barão
Eixo 2: Saúde
Como a 3ª edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia revelou, 6 em cada 10 jovens do país afirmaram sofrer de ansiedade, nos últimos 6 meses. O assunto, delicado e preocupante, intensificado pela pandemia, especialmente com relação àqueles e aquelas mais vulneráveis (como a população mais pobre e LGBTQIA+), provocou Fábio Eon, coordenador de ciências humanas e sociais da Unesco, a trazer outro dado importante: "82% dos jovens entendem que a pandemia segue forte".
Emilly Espildora, da Rede Conhecimento Social, jogou luz sobre os 4 principais itens relacionados à saúde que os jovens do país mais marcaram ao responder as perguntas da Pesquisa: "O processo de ressocialização tem sido difícil. O uso exagerado das redes sociais, outrora um aliado no sentido de facilitar a manutenção do contato com as demais pessoas em isolamento, gerou consequências como o aumento da ansiedade e a exaustão. 9% dos jovens disseram ter promovido automutilação e/ou pensamentos suicidas".
Jovens perceberam que o lazer também está relacionado à saúde. E alimentação também.
Danielle Aranha
A necessidade de mais recursos para criação e manutenção de espaços de lazer e cultura para as juventudes se fez presente no debate sobre saúde também.
"Nós, jovens, queremos acesso a educação, saúde e trabalho. Mas queremos redução das desigualdades também. Esta pesquisa tradiz nossas demandas e necessidades em números", disse Emilly. Para Danielle Aranha, oficial de educação do Unicef, "o tempo excessivo com as escolas fechadas impactou, especialmente, as crianças e jovens mais vulneráveis, que ficaram com sua alimentação comprometida por ser lá, na escola, o local em que tinham refeição constante e mais regrada".
Eixo 3: Educação
Com foco em educação, o terceiro eixo da live de lançamento da Pesquisa Juventudes e a Pandemia - 3ª edição contou com uma fala de abertura de Rosalina Soares, gerente de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho.
"Os dados são claros: 55% sentem que ficaram para trás no aprendizado, durante a pandemia. Recentemente, com a divulgação dos dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021, vimos que a pandemia intensificou o desafio com a nossa educação. Para termos uma economia sólida, como todos queremos e merecemos, precisamos de uma educação ampla e de qualidade para os jovens. Hoje, mais de 600 mil jovens, entre 15 e 17 anos, estão fora da escola no ensino médio".
Tatiana Klix, diretora do Porvir, destacou pontos positivos, mas também de atenção, sobre o aumento da velocidade (e da intensidade) no uso de tecnologias, por parte dos jovens: "A pesquisa mostra que 82% dos jovens estão usando as tecnologias para estudar e se informar, o que é ótimo. Mas é importante que isso não gere como consequência a impressão de que a escola se tornou desnecessária".
45% dos jovens deixaram a escola ou faculdade, entre 2020 e 2021, mas voltaram.
Pesquisa Juventudes e a pandemia - 3ª edição
Para Wesla Monteiro, presidente do Mapa Educação, há, atualmente, uma ausência de políticas públicas que estimulem o jovem a voltar a estudar: "Muitos tiveram de optar por tentar ganhar algum dinheiro e abandonaram os estudos".
O acesso a internet de qualidade (por estudantes e para as escolas), o uso de tecnologias, aparelhos e soluções conectadas a um planejamento pedagógico, a atualização da formação de professores são necessidades que pesquisas como esta evidenciam. Mas outros desejos dos jovens também ficaram mais claros com a divulgação dos resultados da pesquisa. E Wesla complementou: "A desigualdade educacional é muito grande, e o acesso a educação é parte disso. Todas e todos têm que ter acesso.
Eixo 4: Emprego, trabalho e renda
A pandemia, que forçou o fechamento das escolas por conta do necessário isolamento social, fez com que muitos jovens ingressassem no mundo do trabalho. A 3ª edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia revelou que 71% dos jovens seguirão encontrando tempo para conciliar a vida pessoal e a profissional, e que 6 em cada 10 não sentem a necessidade de atuar de forma presencial sempre.
Esse processo de ressignificação do trabalho foi destacado por Diogo Jamra, gerente de articulação institucional do Itáu Educação e Trabalho: "Setores relacionados à economia da cultura, economia criativa e digital, assim como outros mais tradicionais, como a indústria, têm exigido mais autonomia dos jovens. E os dados da pesquisa mostram que tudo isso está bastante alinhado aos desejos dos jovens". Mas Diogo faz uma ressalva importante: "Se, por um lado, há essa convergência, por outro, faltam políticas públicas específicas dedicadas à inserção dos jovens no mundo do trabalho".
Nayara Bazzoli, líder da GOYN (Global Opportunity Youth Network), comentou sobre a busca dos jovens por oportunidades estar cada vez mais na direção de opções de trabalho mais variadas, "menos lineares". Katcha Poloponsky, analista de Pesquisa e Avaliação da FRM, complementou: "Muitas e muitos jovens começaram a trabalhar justamente na pandemia. O hábito de conciliar as rotinas da vida pessoal com a profissional surgiu mais 'naturalmente' ali, assim como o interesse por uma maior flexibilidade de horários e inclusão de novas tecnologias no mundo do trabalho".
Gustavo Gama, secretário-geral da Conjuve, reforçou a importância do desenvolvimento da capacidade emocional dos jovens, para lidarem com esse "novo mundo do trabalho" que se apresenta - e que muda muito rapidamente.
Pensar o futuro do trabalho requer avaliarmos como lidamos com os jovens e o trabalho hoje.
Gustavo Gama
Mesa Juventudes
Como não poderia deixar de ser, a live de lançamento da Pesquisa "Juventudes e a Pandemia - E agora?" recebeu jovens que participaram do estudo. Por videochamada, Leonne os convidou a compartilhar suas reflexões.
Para Caio Henrique, de Recife (PE), uma premissa para a garantia da qualidade da pesquisa foi conquistada: "O jovem, objeto de estudo desta pesquisa, foi colocado, de fato como o centro dela - e isso é ótimo". Rayssa, de Uberlândia (MG) concordou: "Toda a construção reflete a nossa participação, o que pensamos e sentimos".
Mailson Cruz, de Canaã dos Carajás (PA), destacou a importância do contato com as pessoas envolvidas na coleta das respostas junto aos jovens. Mariana Lima, de Campo Grande (MS), ressaltou a importância de compararmos os dados desta 3ª edição com os das edições anteriores: "Só assim perceberemos as diferenças, as evoluções e que ações efetivamente podem ser realizadas". Ela conectou ainda com o momento atual por que o país está passando.
"Os jovens que vão votar agora, em 2022, correram muito atrás para tirar o título de eleitor, para votar. Espero que o resultado seja muito positivo, trazendo uma mudança para o cenário do país", disse Mariana.
Lais Duanne, de Recife, participa da pesquisa desde a primeira edição. Também por conta disso, traz um olhar especialmente analítico e crítico: "Este estudo é uma ferramenta que reúne os anseios, dores e desejos dos jovens, permitindo que essas informações cheguem aos tomadores de decisão. Sinto falta de um recorte LGBTQIA+, por ser uma juventude especialmente vulnerável".
A diversidade dos estados requer uma diversidade de soluções e políticas públicas.
Mariana Lima
Veja as principais conclusões da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora? - 3ª edição”
Vida Pública
● 9 a cada 10 jovens defendem a Democracia e concordam que a pandemia deixou as pessoas mais atentas à política.
● 90% irão votar nas próximas eleições, mas quase 7 a cada 10 estão pessimistas em relação ao comprometimento dos políticos com a sociedade.
● A carreira política, no futuro, atrai apenas 4% dos jovens.
● Segundo as juventudes, os candidatos devem priorizar a educação (55%), a saúde (49%), a economia, trabalho e renda (43%) e a redução das desigualdades (22%).
● Se fossem governantes investiriam em plano de fortalecimento da educação, ações de combate à fome, ações para fortalecimento do SUS e plano para a recuperação econômica.
Saúde
● Observa-se forte impacto da pandemia do Coronavírus na saúde mental das juventudes. Para 85% dos jovens a pandemia ainda não acabou e para quase 5 a cada 10, a principal preocupação permanece relacionada ao receio de perder familiares ou amigos. E 1/3 se preocupa com a possibilidade de outras pandemias ou tem receio de passar por dificuldades financeiras.
● Diante dessas preocupações, quase 6 a cada 10 jovens pesquisados passaram ou vem passando por ansiedade nos últimos 6 meses. Quase 5 a cada 10 relatam que a pandemia também intensificou o uso exagerado de redes sociais. E 44% sentem cansaço e exaustão frequentes como efeitos da pandemia. E 1/3 a falta de motivação para as atividades cotidianas.
● O agravamento da saúde mental levou quase 3 a cada 10 a utilizar aplicativos de saúde mental nos últimos 3 meses. E as atividades que eles mais demandam para conseguir manter a saúde mental estão relacionadas à psicoterapia, enquanto 1/3 cita atividades de socialização, como encontrar amigos, e quase 4 a cada 10 citam atividades físicas.
● Quando questionados sobre ações prioritárias para que instituições públicas e privadas ajudem jovens a lidar com efeitos da pandemia, 41% sinalizam o acompanhamento psicológico especializado em jovens na saúde pública. E 34% citam o acompanhamento psicológico nas escolas. E quase ¼ pedem ações para garantir uma alimentação segura para os mais vulneráveis.
● Para 74% das juventudes, um dos aprendizados da pandemia é a importância da atenção à saúde mental. No entanto, 64% estão pessimistas em relação à saúde pública.
● Os e as jovens relataram a manutenção de importantes hábitos adquiridos na pandemia: Mais de 6 a cada 10 vão utilizar a máscara quando estiverem doentes e 7 a cada 10 permanecerão utilizando o álcool em gel ou lavando as mãos com mais frequência. E quase 7 a cada 10 manterão as vacinas em dia.
Educação e aprendizado
● Nos últimos 6 meses, 34% já pensaram em parar de estudar e 11% ainda pensam.
● 55% desses jovens sentem que ficaram para trás, em termos de aprendizagem, como consequência da pandemia.
● 82% pretendem continuar estudando após a conclusão da etapa que estão atualmente.
● Contudo, durante os anos da Pandemia boa parte dos jovens chegou a interromper os estudos em algum momento: em 2020, foram 28%; em 2021, 16% e em 2022, 3%.
● 34% sentem que desenvolveu ou intensificou a dificuldade de manter o foco, 28% de se organizar para os estudos e 21% para falar em público, em função do período remoto.
● Em termos de hábitos adquiridos, quase 7 a cada 10 citam o uso de tecnologias para estudar. Cinco a cada 10 citam o uso da internet para aprofundar os assuntos, e ir além do que é trabalhado em sala de aula pelos professores. Além do uso de ferramentas interativas para a aprendizagem. E 48% relatam que adquiriram o hábito de ler mais.
● Pelo menos 1/3 dos jovens consideram que os conteúdos mais importantes para a escola, estão relacionados a preparação para o mundo do trabalho, e atividades para trabalhar as emoções. Para quase 1/4, as estratégias para organizar o tempo de estudo são essenciais.
● Mais de 7 a cada 10 estão otimistas em relação ao seu desenvolvimento nos estudos. E para cada 6 a cada 10 o otimismo prevalece, em relação à qualidade do ensino e conexão da educação com o mundo do trabalho.
● Em relação aos aprendizados que a pandemia deixou para a educação, mais de 90% concordam que as pessoas entenderam que há várias formas de aprender, que a tecnologia está sendo mais bem utilizada na educação e que novas dinâmicas de aula e de avaliação foram adotadas.
● Pensando no Futuro da educação e nas prioridades para apoiar os jovens a lidar com os efeitos da pandemia, são destacados, novamente, o apoio psicológico, desta vez para toda a comunidade escolar, a bolsa de estudo e auxílio estudantil e a ampliação de oportunidades para a educação profissionalizante.
Trabalho e Renda
● Em relação ao tema de trabalho e renda, mais de 7 a cada 10 jovens estão mais para otimistas do que pessimistas, em relação a oportunidades de qualificação profissional e surgimento de novas formas de trabalho.
● Pensando no futuro na área de trabalho e renda, são muitas as ações prioritárias para instituições públicas e privadas ajudarem jovens a lidar com efeitos da pandemia. As mais citadas foram: oferta de cursos para a qualificação profissional e editais para fomento de projetos das juventudes.
Perfil de jovens respondentes
● Dos 16.326 jovens (15 a 29 anos) que responderam a pesquisa, houve respostas de todos os estados do país.
● Há uma participação majoritária de mulheres (64%) em relação a homens (35%). E 1% se identificam como não binários ou outro gênero. Quase ¼ se consideram LGBTQIAP+.
● 42% são brancos, 56% negros (40% pardos e 16% pretos), 1% amarelos e 1% indígenas. 3% são jovens com deficiência. 13% são responsáveis por filhos ou enteados.
● Moram principalmente na zona urbana (93%). Poucos moram em territórios ou comunidades tradicionais (2%). Moram principalmente em capitais (36%) e interiores (36%).
● 81% dos jovens respondentes estavam trabalhando quando responderam a pesquisa (proporção muito maior do que a taxa de empregados nessa faixa de idade no Brasil hoje); desses, 63% têm contrato de aprendizagem. E a renda familiar desses respondentes é semelhante à média da população: 2% não tem renda familiar, 40%
têm até 2 salários mínimos, 26% têm entre 2 e 4 salários mínimos, 18% têm mais de 4 salários mínimos.
● 64% estavam estudando no momento em que responderam ao questionário. Destes, 4% estavam matriculados nos Anos Finais ou Educação de Jovens e Adultos (EJA); 29% no ensino médio regular; 2% no ensino médio EJA e 5% no médio técnico. 37% na graduação e 14% na pós-graduação.
● Os jovens respondentes são amplamente engajados com grupos ou instituições: 72% integram ou já integraram grupos religiosos, coletivos ou movimentos juvenis, organizações sociais, conselhos ou partidos políticos.
Metodologia
Por meio da metodologia PerguntAção, da Rede Conhecimento Social, foram conduzidas oficinas online para construção coletiva de todas as etapas da produção de conhecimento: a definição das perguntas norteadoras, a concepção do questionário, a mobilização para a
coleta de respostas, a análise dos resultados e a disseminação de resultados para comunicação e advocacy. Jovens de diferentes realidades e territórios são bolsistas colaboradores da iniciativa.
Questionário
Hospedado na plataforma online SurveyMonkey e respondido entre os dias 18 de julho a 21 de agosto de 2022. Contou com 70 perguntas distribuídas entre cinco principais blocos: perfil socioeconômico, saúde, educação, trabalho e renda e vida pública.
Amostra
Amostragem por conveniência, com monitoramento referenciado pela distribuição populacional de jovens. Ponderação por faixa etária e Unidade da Federação, com base na Pnad Contínua de 2022.