Notícia: Dia do professor: apesar dos desafios, 8 em cada 10 escolheriam a profissão de novo

Dia do professor: apesar dos desafios, 8 em cada 10 escolheriam a profissão de novo

Salário abaixo do esperado, desvalorização, excesso de trabalho e falta de preparo para encarar os desafios da profissão. Estas são algumas das queixas de professores da rede pública do Brasil apresentadas na pesquisa de opinião realizada pela ONG Todos Pela Educação, em parceria com o Instituto Península, Itaú Social e Profissão Docente.

Apesar dos desafios, 8 em cada 10 entrevistados afirmam que se pudessem decidir novamente, ainda escolheriam ser professor. É o caso de Isabela Pereira Vique, professora de educação infantil da rede municipal do Rio de Janeiro:

“Eu não trabalho por amor, até porque acredito que essa ideia contribui para a desvalorização da nossa profissão. Mas trabalho com amor, dedicação e afinco. Apesar das dificuldades, não me enxergo em outra área, a não ser na Educação.”

A pesquisa, realizada em 2022, ouviu mais de 6,7 mil professores de escolas públicas do Ensino Fundamental e Médio de todo país. E chegou a algumas conclusões em relação à formação, carreira e desafios da profissão professor.

Formação

Professores que fazem cursos presenciais saem mais bem preparados para o início da profissão do que os que fazem graduação à distância. 84% dos educadores entrevistados concordam (53% totalmente e 31% em parte) com essa afirmação.

Um professor está em pé falando para alunos (que não vemos na imagem) e ao fundo está o quadro branco e um televisor conectado a um computador

No entanto, os cursos de Pedagogia e Licenciatura na modalidade EAD têm aumentado consideravelmente no Brasil. Seis em cada dez professores (61,1%) formados em 2020 fizeram graduação à distância. Nos demais cursos do Ensino Superior, esse número cai para menos da metade: 24,6%.

84% dos professores concordam que cursos presenciais formam docentes mais bem preparados

Além disso, mais da metade (56%) dos professores entrevistados afirmam não terem recebido orientação específica em seu primeiro ano de docência. O dado serve de alerta, já que estudos demonstram que a curva de aprendizagem é muito mais alta nos cinco primeiros anos de prática.

Carreira

Apenas 7% dos entrevistados concordam (2%, totalmente / 5%, em parte) que, no Brasil, os professores são tão valorizados quanto médicos, engenheiros e advogados.

Sala de aula em que crianças pequenas estão sentadas ao redor de sua professora, que mostra algo em um papel branco que está no chão.
A professora Isabela Vique acredita que exista uma falta de valorização do trabalho do professor na sociedade. (Foto: acervo pessoal)

Além disso, 92% deles gostariam de participar mais do desenho de políticas e programas educacionais de sua rede de ensino.

E 94% dos professores concordam (68% totalmente e 26% em parte) que a progressão na carreira deve vir por meio da melhoria da prática pedagógica. Em outras palavras, acreditam que professores que conseguem garantir melhores condições de aprendizagem para os estudantes devem avançar mais rápido na carreira.

Professores se sentem menos valorizados que médicos, engenheiros e advogados

42% discordam, totalmente ou em parte, que seus planos de carreira atendem suas expectativas de crescimento profissional. 

Desafios

Os professores apontam ainda que a defasagem na aprendizagem dos alunos é um dos principais desafios da profissão (28% apontam esse como o principal desafio), o que pode ter sido agravado pela pandemia de Covid-19.

Eles também citam o desinteresse dos estudantes pelas aulas (31%) e a indisciplina dos alunos (18%), sendo esses três elementos os mais apontados pelos docentes.

Para a professora Isabela Pereira, a falta de valorização e estrutura adequada são os principais desafios:

“Sinto que a falta de confiança tem se instaurado cada vez mais na função docente. Outro ponto de atenção são as dificuldades estruturais, como fazer passeios para lugares mais longes e ter turmas muito grandes para apenas uma professora, por exemplo.”

Na tentativa de superar esses desafios, os professores entrevistados apontaram quatro sugestões de ações prioritárias para as secretarias de Educação nos próximos anos:

  • Maior apoio psicológico a professores e estudantes (18%)
  • Aumento do salário dos professores (17%)
  • Promoção de programas de reforço e recuperação (16%)
  • Promoção do envolvimento das famílias na vida escolar dos filhos (14%)

Orgulho da profissão professor

Apesar dos problemas, 8 em cada 10 entrevistados concordam que, se pudesse decidir novamente, ainda escolheriam ser professor.

A maioria (91%) é unânime em relação ao que traz mais satisfação na profissão de professor: quando percebem que os alunos estão aprendendo.

Para Isabela Vique, que trabalha há 10 anos na rede pública, a principal motivação em dar aula é a possibilidade de transformação social:

“As discussões que a gente levanta junto com as crianças, a percepção do que elas produzem como teoria, ver o quanto elas são criativas e o quanto estão se tornando mais autônomas. As nossas pequenas vitórias cotidianas. Tem muita potência nisso tudo.”, afirma Isabela.

Sobre o Futura

O Futura é uma experiência pioneira de comunicação para transformação social que, desde 1997, opera a partir de um modelo de produção audiovisual educativa, participativa e inclusiva. É uma realização da Fundação Roberto Marinho e resultado da aliança estratégica entre organizações da iniciativa privada unidas pelo compromisso de investir socialmente, líderes em seus segmentos: SESI - DN / SENAI - DN, FIESP / SESI - SP / SENAI - SP, Fundação Bradesco, Itaú Social, Globo e Sebrae.

O Futura está presente nas principais operadoras de TV por assinatura no Brasil:

  • Net e Claro TV – 534 HD e 34 
  • Sky – 434 HD e 34 
  • Vivo – 68HD e 24 fibra ótica 
  • Oi TV – 35 

O canal está disponível também em uma rede de TVs universitárias parceiras com sinal de TV aberta e parabólicas digitais. É possível ainda o acesso gratuito via Globoplay para acompanhar o sinal ao vivo da programação, que conta com um catálogo audiovisual com mais de 185 títulos e 4.500 vídeos.

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