Notícia: Número de homicídios de jovens negros é três vezes maior do que brancos

Número de homicídios de jovens negros é três vezes maior do que brancos

Homicídio tem cor

No primeiro semestre de 2022, tivemos 20,1 mil homicídios no Brasil, segundo dados apurados pelo g1. O que corresponde a mais de 111 brasileiros assassinados por dia. Nosso país é o segundo mais violento da América do Sul, de acordo com a ONU.

Mas esse tipo de violência tem raça e o gênero. No Brasil, 71% das vítimas de homicídio são negras, de acordo com o Atlas da Violência (2019). E os homens negros, entre 15 a 29 anos, estão entre as principais vítimas

A taxa de homicídio entre jovens pretos (94 a cada 100 mil) e pardos (136 a cada 100 mil) representa 2,3 e 3,3 vezes, respectivamente, a taxa observada entre jovens (41,6 a cada 100 mil) na mesma faixa etária. É o que mostra a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, divulgada pelo IBGE.

Gráfico com barras na cor laranka sobre fundo rosa.

Viviana Santiago, Consultora em diversidade, inclusão e sustentabilidade, aponta que a representatividade é um dos principais impactos do homicídio das juventudes negras.

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Como teremos lideranças negras em um país que mata um jovem negro a cada 23 minutos?


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“Não há como ter futuro se não temos presente. Esse homicidio negro atravessa e impacta de maneira muito negativa as possibilidades da gente construir essa liderança de negritude que o setor corporativo tanto tem falado no Brasil.”, destaca Viviana.

Violência e desigualdade racial

Em 2020, pessoas pardas apresentaram taxa de 34,1 mortes por 100 mil habitantes e as de cor ou raça preta, de 21,9 mortes, o que representa quase o triplo e o dobro, respectivamente, da taxa observada entre as pessoas de cor ou raça branca, de 11,5 mortes por 100 mil habitantes.

Gráfico com barras na cor laranja em fundo rosa.

Esse tipo de violência atinge principalmente os homens, que, em 2020, apresentaram uma taxa de 44,5 mortes por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, a taxa cai para 3,6 mortes. Ou seja, a taxa de homicídios masculina foi 12,5 vezes maior do que a feminina.

Ao fazer uma análise por sexo e cor ou raça, os homens pardos lideram o ranking, com 64,3 mortes, seguidos dos homens pretos, com 41, 4 mortes. Entre as mulheres, as pardas (4,6 mortes) e as pretas (2,7 mortes) são as que mais sofrem essa violência.

Homicídio e desenvolvimento sustentável

A taxa de homicídio - número de mortes por 100 mil habitantes - é um indicador utilizado para medir a incidência de violência física, em sua forma mais extrema, nos países, regiões e grupos populacionais.

Promover sociedades pacíficas e inclusivas está na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, promovida pela ONU, e a taxa de homicídios é a principal forma de monitorar o cumprimento da meta 16.1: “reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada em todos os lugares”.

Reconhecer para reparar

Em novembro, mês da Consciência Negra, o Canal Futura e a Fundação Roberto Marinho trazem uma série de conteúdos que tem como objetivo promover um debate amplo e interseccionalizado sobre raça e racismo. 

Ao analisarmos o papel historicamente ocupado por pessoas negras vemos como nosso sistema e organização social oprime e desumaniza corpos negros. É preciso reconhecer para reparar.

Para conscientizar, educar e combater, o Canal Futura lança este mês a hashtag #reconhecerereparar, com uma programação focada na causa a favor do respeito aos pretos e pardos no dia 20 de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra. Confira a programação aqui.

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